
Graças a Deus eu sempre tive muito leite, mas logo no início da amamentação, onde eu e Dudu estávamos aprendendo as primeiras lições sobre esse ato de amor, tivemos um problema: Eduardo não sugava o leite, ficava somente mastigando o bico do peito, e como conseqüência disso, estava perdendo muito peso. Sei que nos primeiros meses é normal a perda de peso, mas o Dudu perdeu peso além do normal. Fiquei louca, fui a mais de 10 pediatras, escutei de tudo um pouco:
- que por eu ter muito leite ele só sugava o líquido e quando chegava à gordura, que fica armazenada mais no final do leite, o bebê já estava cansado;
- que apesar de muito, meu leite era fraco;
- que eu não o amamentava corretamente...
A gota d’água foi ouvir de uma pediatra louca, que eu teria de parar de dar o peito e oferecer leite industrializado para o meu bebê. Lembro-me que chorei sem parar uma noite inteira, pois fiquei revoltada em pensar na possibilidade de oferecer outra alimentação ao meu filho, tendo tanto leite.
Mas de tanto procurar uma solução, fui orientada por uma pediatra, a procurar o banco de leite de um hospital público. No início confesso que tive certo preconceito, pois pensava que se não tinha resolvido essa minha situação nos melhores hospitais particulares, no público então, provavelmente teria uma lista de espera que quando eu fosse atendida o Dudu já estaria comendo Big Mac e coca-cola no McDonald's. Nossa!!! Essa foi a maior ignorância a minha vida. Fui super bem atendida, esperamos menos de 10 mim em uma sala ambiente super aconchegante. Uma médica nós atendeu com tanto carinho e atenção, colocou o Dudu no meu peito pra mamar, nos mostrou como ajudá-lo a sugar utilizando a princípio uma sonda, só até ele aprender direitinho. Só sei que em 2 dias o Dudu ganhou 200 gamas e de lá pra cá, muitas mais.
No final das contas, passei a doar de 5 a 6 vidros de leite por semana, para o banco de leite, fiz algumas pesquisas e descobri que o banco de leite do HRT em Brasília é o melhor banco de leite da América Latina e é claro, mudamos de pediatra.
Até hoje ofereço leite materno para o meu Dudu, garanto que a minha felicidade durante a amamentação é maio que a dele, que já descobriu o gostinho de chocolate, biscoito, suco... Pra mim é um grande prazer amamentar até hoje o meu filho, infelizmente doação não tenho mais condições de fazer, mesmo o leite espirando quando o Dudu suga, o mesmo não é mais tão farto quanto antes. Mas quero aqui deixar o meu incentivo a amamentação e a doação do leite materno, para os bancos de leite.
Os bancos de leite humanoVocê sabia que as mães com leite excedente podem doar o leite materno para crianças prematuras e de alto risco internadas em UTIs?
A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano foi criada em 1998, por iniciativa conjunta do Ministério da Saúde e Fundação Oswaldo Cruz. Sua missão é promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, coletar e distribuir leite humano com qualidade certificada e contribuir para a diminuição da mortalidade infantil.
A Dra. Keiko Teruya conta que o leite humano tem 250 fatores de proteção já comprovados, enquanto o leite artificial ou formulado possui zero. Por isso o leite humano é fundamental no tratamento de bebês de alto risco internados em hospitais. “A sobrevida dessas crianças aumentou muito graças à oferta de leite humano”, comemora a pediatra.
Qualquer mãe saudável que estiver amamentando e tiver leite excedente pode fazer a doação. Porém, a pediatra alerta: a mãe só deve doar o leite ao Banco depois de nutrir seu próprio filho. “Muitas mães decidem doar o leite quando voltam a trabalhar, pois não poderão mais amamentar seus bebês. Eu sempre oriento a retirarem o leite, oferecer a seu filho e, se houver leite excedente, fazer a doação”.
Informe-se sobre os locais onde fazer a doação na sua cidade e saiba mais sobre os bancos de leite humano no site
http://www.redeblh.fiocruz.br/. Essa é uma excelente iniciativa e um lindo gesto de amor e solidariedade. “O que para alguns é apenas leite, para muitas crianças é vida”, diz a pediatra Maria José Mattar, coordenadora da Rede de Banco de Leite de São Paulo.