FEBRE: aliada ou inimiga?
 Tive uma surpresa muito ruim ao chegar hoje do trabalho, meu bebê estava com 39 graus de febre. É muito difícil o Dudu adoecer, mas quando isso acontece, corro logo para o pediatra, não sou de ficar guardando doença. Na mesma hora, eu e meu marido, levamos o nosso menino para uma consulta de emergência, e lá descobrimos a provável causa da febre. Ao examinar o Dudu, o pediatra nos falou que ainda era muito cedo para um diagnóstico, mas nos alertou com relação à garganta irritada, foi ai que meu marido lembrou da janela do quarto do Eduardo que tinha deixado aberta na noite anterior. Nesse instante meu sentimento foi uma mistura de chateação com o meu marido e culpa, por eu não ter conferido a janela quando coloquei o Dudu no berço. O médico receitou o Alivium 100 mg/ml e o Salsep. Mas a minha grande preocupação era controlar a febre, foi quando o pediatra me disse que a febre não é algo tão ruim assim, por se tratar de uma reação de proteção do organismo. Ma mesma hora achei loucura poder existir algo de bom em ver o meu Dudu com febre, mas também lembrei de um artigo que tinha lido, ainda na minha gravidez, sobre a febre na revista Crescer. Vasculhei a casa atrás da revista e li novamente o artigo, achei muito esclarecedor os apontamentos feitos e é por isso que gostaria de compartilhar com todas.  Seu filho está com febre, não tem apetite nem quer brincar. O que você faz? Trata imediatamente? Liga para o médico? Apesar de não haver relação entre temperatura e gravidade da doença, a ansiedade dos pais costuma crescer junto com o marcador do termômetro. A seguir, especialistas esclarecem as principais dúvidas sobre esse incômodo, que faz pais e filhos suarem a camisa. 1- O que causa a febre?
Na maioria das vezes, a febre é uma reação do corpo à invasão do organismo por vírus ou bactérias. Cerca de 90% delas são causadas por infecções virais que não precisam de qualquer tratamento médico, como gripes ou resfriados. Nessas situações, o cérebro libera substâncias que elevam a temperatura do corpo de forma controlada até, no máximo, 42 graus.
2- Para que ela serve? A febre é uma reação de proteção do organismo. O aumento da temperatura ativa o metabolismo e acelera a reação dos glóbulos brancos, que funcionam como soldados defendendo o corpo do vírus ou da bactéria.
3- Quando devo usar os antitérmicos? Normalmente, medica-se a febre a partir dos 37,8 graus por uma questão de custo-benefício: acima dessa temperatura, a criança tende a ficar abatida, com frio e corpo dolorido. Algumas vertentes da homeopatia e da antroposofia valorizam tanto os aspectos benéficos que nem chegam a tratá-la. Em geral, se o seu filho está bem disposto, os pediatras garantem que não há necessidade de baixar a febre, a não ser em casos especiais, como hipertensão, cardiopatias ou histórico de convulsões. Isso porque quem sofre com esses problemas não deve se expor, especialmente, à aceleração dos batimentos do coração provocada pela febre.
4- Qual é o problema de medicar antes da hora? Você toma antibiótico sem ser preciso? O raciocínio é idêntico. Não há necessidade de antitérmico antes dos 37,8 graus. Além do mais, quem força a redução da temperatura precocemente não permite que o organismo dê a largada nos mecanismos de defesa e pode acabar facilitando a vida do inimigo invasor. Também fica sem informação. Não sabe, por exemplo, qual teria sido o pico da febre.
5- Como funcionam os antitérmicos? Estudos científicos não apontam diferenças entre a ação da dipirona (princípio da Novalgina) e a do paracetamol (do Tylenol). Em qualquer caso, o esperado é que a febre abaixe em, no máximo, duas horas. Esse tempo pode variar se o remédio foi dado quando a temperatura ainda estava em elevação. Siga rigorosamente os intervalos prescritos para evitar uma intoxicação. Uma alternativa para depois do remédio é dar um banho morno (nunca frio). O melhor é quando as mãos e os pés tiverem voltado a se aquecer. Caso contrário, a criança vai sentir calafrios.
6- Toda elevação de temperatura é febre? De fato, todos os dias ocorrem variações de um grau na temperatura. Geralmente, a mais baixa é de madrugada e a mais alta, no final da tarde. A febre é a elevação da temperatura acompanhada de extremidades geladas, sensação de frio, ausência de suor e aceleração dos batimentos cardíacos.
7- Se quando a criança está com febre o corpo gasta mais energia, por que o apetite diminui? Como o corpo está mobilizando todas as suas energias para derrotar o inimigo, ele sabe que não deve perder forças com a digestão. Daí que a redução do apetite faz parte do mecanismo de defesa. As dores no corpo e o mal-estar têm o mesmo propósito, o de obrigar o doente a poupar energia para o que realmente importa naquele momento. As crianças, impulsionadas por sua interminável curiosidade, são mais suscetíveis à falta de apetite do que ao abatimento.
8- Por quanto tempo é normal ter febre sem saber a causa? De forma geral, se a febre vai e volta, é bom que a criança seja examinada por um médico em 12 horas, caso esteja muito caída, ou até 24 horas, se o seu estado geral for bom. Freqüentemente, os médicos esperam de três a cinco dias para iniciar uma investigação mais profunda porque esse é, em média, o período de incubação das doenças. Depois disso, pedem-se exames de sangue e de urina, e outros, dependendo do estado geral da criança.
9- Por que a febre pode levar a convulsões? As convulsões febris são um reflexo da imaturidade do sistema nervoso da criança entre os 6 meses e os 2 anos, mas podem acontecer até os 6 anos. O problema afeta de 3% a 4% das crianças e o risco tende a desaparecer mais cedo nas meninas. A boa notícia é que em apenas um terço dos casos as convulsões se repetem. Elas não têm relação com febre muito alta, costumam surgir durante o período em que a temperatura está em elevação. A crise pode durar de alguns segundos a três minutos, durante a qual a criança fica com o olhar parado, sem responder a estímulos, depois se debate e volta ao normal, sem apresentar seqüelas.
10- Febre mais alta quer dizer problema mais grave? Não há qualquer relação entre a temperatura e a gravidade do problema. A temperatura varia de acordo com a pessoa e o tipo de doença. Se isso fosse real, os médicos certamente utilizariam esse parâmetro para triar os pacientes no pronto-socorro, por exemplo. Por isso, muita calma nessa hora. É preciso ter paciência para medicar na hora certa, pois como a febre é um sintoma, baixar a temperatura a qualquer preço pode não ser um bom negócio. Fontes: Adão Machado, infectologista pediátrico, professor da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra); Gilberto Pettit da Silva, professor-adjunto de pediatria da Unifesp e Sandra de Oliveira Campos, infectologista pediátrica da Unifesp.
 Às 22:47

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1 Comentários:
oi Debora, espero que o Dudu esteja bem. Quantas vezes corri para o hospital de madrugada por causa de febre,ainda bem que já fazem anos atrás (rsrs). Te convido a pegar meu selo de 3000 visitas, esta na sala de presentes para vc. Pois com a sua ajuda cheguei lá. Bjks
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